segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Por trás dos sonhos

By: Gabriella às 10:18
De maneira alguma ele havia pensado que ela faria tanta falta. Afinal, ela povoava seus sonhos. Ele sabia que ela era real, mas não pretendia encontrá-la tão cedo.Tudo que eles haviam feito juntos havia acontecido em seus sonhos. Eles combinavam de se encontrar, conversavam. Faziam tudo; mas sonhando. Quando acordavam, as informações mais importantes eram esquecidas, e ele só lembrava dela, de seu cheiro, de sua presença. Porém, ele sabia que no dia seguinte, ela voltaria.

Da última vez, eles chegaram até a trocar endereços, e ele não sabia de algo. Ela conseguiu anotar seu endereço. Mas isso a fez deixá-lo. E então, sem ela, ele acordou.

Eram quase três da manhã, e ele lamentava ter perdido o fim da noite de domingo que passaria com ela. Mas ele percebeu que conseguia se lembrar dos sonhos. Lembrava-se de escadas, que deviam ser da casa dela. Lembrava do toque de sua mão conduzindo-o escada acima e parando em uma porta, na qual ela entrou, trancou, e o deixou para fora. Ele batia, fazia de tudo para abrir, mas foi aí que ela se foi, e ele acordou.

Ela escreveu uma carta, e enviou para ele, torcendo para que o endereço estivesse certo. E então, ela seguiu seu caminho, na Alemanha.

Ele morava longe, e a carta demorou um mês para chegar. O problema é que, nesse um mês, ela não apareceu nem uma vez. Ele estava ficando amedrontado. Toda vez que sonhava tentava chegar perto de onde ela morava, e quando conseguia, perguntava aos vizinhos se sabiam de algo. Era inútil, pois todos respondiam a mesma coisa: não.

Isso começou a deixá-lo perturbado, e ele começou a andar por sua cidade, procurando-a. E então, um pouco depois, ele se foi. Ele estava de viagem marcada, e não chegou a receber a carta.

De intercâmbio, em um colégio interno, ele começou a assemelhar a paisagem que havia visto em seus sonhos com à que via. É isso, pensou ele, vou conhecê-la! Perguntou aos diretores do colégio, e eles responderam que fazia um mês que eles não tinham notícias dela. Ele ficou triste, e então, seu intercâmbio acabou. Durara somente um mês.

E quando chegou em casa, viu sua carta jogada na porta. Vinha da Alemanha, como ele pensara.

Antes de tudo, me perdoe - dizia a carta

Eu queria muito ter voltado a te ver. Mas não pude. Começei a pensar que seria inútil continuarmos com isso, pois nunca nos veríamos, de qualquer forma. Não, o endereço da carta não está errado, eu realmente moro na Alemanha, ou morava. Enfim, não quero enrolar mais. Provavelmente, se eu bem conheço a agilidade do sistema de correios daqui, à esta altura já estou morta. Não quero que se prenda à mim. Mas acho que você merece uma explicação. Sou complicada. Um dia, estava pensando em encontrar o amor da minha vida, e entrei em seu sonho. Desde então, sempre faço isso. Mas não poderia durar para sempre. Então, isso começou a me desgastar, e eu adoeci. Perdão. Nunca quis te magoar.

Com todo o amor do mundo,
Anne

E então, ele saiu de casa, e foi até a chuva. Enquanto esta o molhava, seus olhos começaram a pingar. Foi então que ele pensou ter sentido a mão dela em seus cabelos, como sentia em seus sonhos.

Fim
Texto para: Projeto Creativité, 2ª edição Musical

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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Por trás dos sonhos

De maneira alguma ele havia pensado que ela faria tanta falta. Afinal, ela povoava seus sonhos. Ele sabia que ela era real, mas não pretendia encontrá-la tão cedo.Tudo que eles haviam feito juntos havia acontecido em seus sonhos. Eles combinavam de se encontrar, conversavam. Faziam tudo; mas sonhando. Quando acordavam, as informações mais importantes eram esquecidas, e ele só lembrava dela, de seu cheiro, de sua presença. Porém, ele sabia que no dia seguinte, ela voltaria.

Da última vez, eles chegaram até a trocar endereços, e ele não sabia de algo. Ela conseguiu anotar seu endereço. Mas isso a fez deixá-lo. E então, sem ela, ele acordou.

Eram quase três da manhã, e ele lamentava ter perdido o fim da noite de domingo que passaria com ela. Mas ele percebeu que conseguia se lembrar dos sonhos. Lembrava-se de escadas, que deviam ser da casa dela. Lembrava do toque de sua mão conduzindo-o escada acima e parando em uma porta, na qual ela entrou, trancou, e o deixou para fora. Ele batia, fazia de tudo para abrir, mas foi aí que ela se foi, e ele acordou.

Ela escreveu uma carta, e enviou para ele, torcendo para que o endereço estivesse certo. E então, ela seguiu seu caminho, na Alemanha.

Ele morava longe, e a carta demorou um mês para chegar. O problema é que, nesse um mês, ela não apareceu nem uma vez. Ele estava ficando amedrontado. Toda vez que sonhava tentava chegar perto de onde ela morava, e quando conseguia, perguntava aos vizinhos se sabiam de algo. Era inútil, pois todos respondiam a mesma coisa: não.

Isso começou a deixá-lo perturbado, e ele começou a andar por sua cidade, procurando-a. E então, um pouco depois, ele se foi. Ele estava de viagem marcada, e não chegou a receber a carta.

De intercâmbio, em um colégio interno, ele começou a assemelhar a paisagem que havia visto em seus sonhos com à que via. É isso, pensou ele, vou conhecê-la! Perguntou aos diretores do colégio, e eles responderam que fazia um mês que eles não tinham notícias dela. Ele ficou triste, e então, seu intercâmbio acabou. Durara somente um mês.

E quando chegou em casa, viu sua carta jogada na porta. Vinha da Alemanha, como ele pensara.

Antes de tudo, me perdoe - dizia a carta

Eu queria muito ter voltado a te ver. Mas não pude. Começei a pensar que seria inútil continuarmos com isso, pois nunca nos veríamos, de qualquer forma. Não, o endereço da carta não está errado, eu realmente moro na Alemanha, ou morava. Enfim, não quero enrolar mais. Provavelmente, se eu bem conheço a agilidade do sistema de correios daqui, à esta altura já estou morta. Não quero que se prenda à mim. Mas acho que você merece uma explicação. Sou complicada. Um dia, estava pensando em encontrar o amor da minha vida, e entrei em seu sonho. Desde então, sempre faço isso. Mas não poderia durar para sempre. Então, isso começou a me desgastar, e eu adoeci. Perdão. Nunca quis te magoar.

Com todo o amor do mundo,
Anne

E então, ele saiu de casa, e foi até a chuva. Enquanto esta o molhava, seus olhos começaram a pingar. Foi então que ele pensou ter sentido a mão dela em seus cabelos, como sentia em seus sonhos.

Fim
Texto para: Projeto Creativité, 2ª edição Musical

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